sábado, 28 de fevereiro de 2015

Entrevista de Jamie McGuire para o Indiereader:

Jamie McGuire fala sobre a redefinição do romance, relacionamentos e a sua volta à autopublicação.

A autora que criou o caminho para o gênero New Adult fala sobre retornar às raizes indie, cowboys e o que vem por aí...


Jamie McGuire calçou o caminho para o gênero New Adult com o romance contemporâneo Belo Desastre, best-seller internacional. Em 2012 o volume seguinte, Desastre Iminente, estreou em 1º lugar nas listas de mais vendidos do New York Times, USA Today, IndieReader e Wall Street Journal.





Jamie também escreveu a série Providence.Os títulos de 2013 incluem o thriller apocalíptico Red Hill, uma novella, e Belo Casamento (parte da série Belo Desastre). Os trabalhos de 2014 incluem Bela Distração, o primeiro da série Irmãos Maddox, também primeiro lugar da lista de best-sellers do New York Times.

A série de novellas Happenstance, recentemente autopublicada, best-seller do USA Today, se passa na sua cidade natal, Blackwell, Ocklahoma. Jamie atualmente vive num rancho do lado de fora de Enid, Oklahoma com os três filhos e o marido Jeff, um verdadeiro cowboy. Eles dividem os 30 acres com seis cavalos, três cachorros e Rooster, o gato.





Loren Kleinman (LK): Por que voltar à autopublicação? O que você pode fazer sendo uma autora independente, que não pode publicando tradicionalmente?

Jamie McGuire (JM): Eu tive uma ótima experiência com a Atria Books. Eu aprendi muito com eles e com a minha experiência lá. A Atria colocou meus livros nas prateleiras. Isso foi algo que eu não pude fazer como uma autora autopublicada. Entretanto eu perdi várias coisas que tinha na publicação independente, como controle do meu preço, como meus livros iriam ser comercializados, prazos mais curtos entre os lançamentos, e ser capaz de fazer as coisas sem pedir resumos dos meus romances. Eu trabalhei mais comercializando meus lançamentos com uma editora do que quando fiz por conta própria, passando um bom tempo fazendo coisas que não faziam realmente sentido para mim. Meu último livro autopublicado, Beautiful Redemption, atingiu o 5º lugar de mais vendidos do New York Times a um preço de $ 5,99. Para mim, é uma validação de que o que estou fazendo, no meu próprio passo e tempo, está funcionando.

As vendas de livros impressos estão caindo, e eu não estava mais vendo meus livros nas prateleiras como via no começo. Foi legal para mim retornar às raízes de autora independente, e eu estava certa. Beautiful Redemption vai estar nas prateleiras no Canadá, e eu espero que seja só o começo.

LK: Você consegue definir a sua versão sobre o que é ser uma autora independente?

JM: Para mim, realmente se resume em total liberdade. Eu sou a capitã do meu próprio navio. Se um título dá certo ou não é por minha conta. Eu não tenho nenhuma decepção ou expectativa nos outros, somente nas minhas próprias falhas e vitórias – e vai haver os dois.

LK: Você publicou muitos livros sobre amor, especialmente relações com certas falhas. Como você acha que os personagens vêem o amor
em Belo Desastre e em Red Hill?

JM: É realmente impossível comparar os dois. Belo Desastre é um romance contemporâneo focando numa relação durante a faculdade. Red Hill é um thriller apocalíptico sobre amor familiar, e até onde alguém vai para salvar quem se ama. É difícil se preocupar sobre o amor da sua vida quando você está lutando para sobreviver, e isso é refletido em Red Hill.

LK: É importante para você ter inspiração? Se sim, você pode nos contar sobre o processo da ideia para escrever até a revisão?

JM: Tantas coisas me inspiram. Uma palavra numa música, estar no banco de trás de um táxi, num avião, sentar no banco de um parque, ou sonhos, tudo isso é inspiração para os meus livros. Porque as ideias vêm para mim mais rápido do que eu posso digitar, eu geralmente tenho uma ideia por vários anos antes de sentar para escrever o livro. Os personagens e a história ganham vida sozinhos enquanto eu digito. Enquanto eu vou conhecendo meus personagens, suas decisões mudam completamente o tom a história. Eu reviso mais do que costumava fazer antes, mas meu processo muda a cada romance. Para Beautiful Redemption, eu iria ler o último capítulo ou dois e revisar, e depois continuar escrevendo. Belo Desastre foi o primeiro projeto editado de forma leve.

LK: Você tem outro livro para ser lançado em fevereiro, Happenstance 3. O que torna esse livro diferente dos anteriores?

JM: A série Happenstance é um Young Adult encantador sobre uma garota que não enfrenta os problemas como as minhas típicas heroínas. Erin vive dentro da sua própria mente a maior parte do tempo. Ela fala manso. Eu gostei de escrever sobre a sua força tranquila enquanto ela passa pelo ensino médio e o bullying que ela sofreu.

LK: Você descreve seu marido como um “verdadeiro cowboy”. Algum dos seus personagens é baseado nele? Você se considera uma cowgirl na comunidade de autores independentes?

JM: Eu não escrevi sobre nenhum cowboy... ainda. Eu definitivamente me vejo como uma pioneira. Eu com certeza gosto de superar expectativas, e desisto de fazer o que todo mundo está fazendo, mesmo se eu já tiver começado.

LK: Você estudou Radiologia. Você sempre esteve escrevendo? Isso foi sempre um sonho para você ou apenas aconteceu?

JM: Eu escrevi meu primeiro livro enquanto estava estudando Radiografia e tive bastante dificuldade com isso em vários aspectos. Dos meus instrutores ao meu marido naquela época, todo mundo me disse para parar de perder meu tempo com “aquele livro” e focar na minha carreira em Radiografia. Estou feliz de não ter escutado.

LK: Como você está redefinindo o romance no gênero New Adult? Fale sobre a voz de Jamie McGuire.

JM: Belo Desastre é um dos primeiros sucessos do gênero New Adult. Junto com livros como Flat Out Love de Jessica Park, Losing It de Cora Carmack, Easy de Tamara Webber, Fallen Too Far de Abbi Glines, e Hopeless de Colleen Hoover, ele iniciou o padrão. Eu não tenho muito tempo, então gosto que os livros que leio prendam a minha atenção. Eu escrevo meus livros de um jeito que os faça quase impossível de largar. Quando meus leitores dizem que leram meu livro em um único dia, é o melhor elogio que podem me fazer. Eu quero que meus leitores roam as unhas, chorem, e queiram jogar o Kindle do outro lado da sala. Eu quero que eles sintam tudo o que os personagens sentem. Se isso acontecer, aí eu terei feito meu trabalho.

LK: Quem é Erin Easter e por que ela é uma personagem tão adorável?

JM: Erin Easter é a primeira das três Erin na série Happenstance. Também acontece de elas compartilharem a mesma data de aniversário. Ao contrário das outras duas, Erin foi criada na pobreza, e sofreu bullying durante a maior parte da sua infância. Eu acho que qualquer um que alguma vez teve medo na escola ou já se sentiu sem valor, pode se identificar, e acho que a história acontece do jeito que a maioria dos adolescentes no lugar dela gostaria que acontecesse.

LK: Você pode nos dizer sobre o que é Sins of the Innocent? O que os leitores podem esperar para esse lançamento de 2016?

JM: Nesse momento é uma novella planejada para Bex e Eden, dois personagens da trilogia Providence. Mas as minhas novellas parecem ficar cada vez mais longas atualmente, então, quem sabe!

LK: Você está trabalhando com Teresa Mummert para o lançamento de Sweet Nothing. Você pode falar sobre a colaboração? Como funciona o processo de co-escrever e quem teve a ideia da colaboração?

JM: Eu não fico tão animada para escrever um livro desde o meu romance de estreia. A história é original, e com certeza vai surpreender os leitores. Teresa e eu somos amigas há alguns anos. Eu tenho pensado em co-escrever há um bom tempo, e eu admiro o talento da Teresa. Aconteceu de eu mencionar que minhas fraquezas como escritora poderiam se encaixar com os pontos fortes dela e vice-versa, e daquela conversa surgiu Sweet Nothing. Nenhuma de nós tem certeza de como vai funcionar. São dois pontos de vista então, pode ser ingênuo, mas eu acho que vai ser bastante fácil. Depois eu te conto!

LK: Qual a parte mais recompensadora de ser uma autora independente? O que é mais desafiador?

JM: Definitivamente ver meus títulos independentes atingindo as listas do New York Times e USA Today é recompensador. Há tantos desafios, como achar o freelancer certo para editar, formatar e criar as capas; a competição é assustadora; e solucionar os inúmeros problemas que surgem. Mas ter um bom time alivia muito do estresse.

LK: O que você mais ama sobre escrever?

JM: Eu nunca pensei que fosse ser uma escritora, mas agora que sou, não me imagino fazendo outra coisa. Ser uma autora me libertou de tantas maneiras. Eu faço meu horário, eu crio mundos inteiros e vidas, e faço uma pausa quando é a hora de levar meu filhos para a aula de vôlei ou de dança. Eu viajei o mundo, e conheci tantas pessoas incríveis. Escrever mudou tudo não só para mim, mas para a minha família. É fácil para mim, e é o que eu faço de melhor. Quando as pessoas dizem que nasceram para alguma coisa, isso é o que escrever é para mim. 

LK: Por que os relacionamentos são tão difíceis? O que você aprendeu com os que foram bons e com os que não foram para você?

JM: As relações crescem e mudam assim como as pessoas. Fazer o amor durar se resume em perdão, porque não há casais perfeitos.

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